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Coordenadora do Portugal Fashion defende novo formato anual

Coordenadora do Portugal Fashion defende novo formato anual

Entretanto alguns nomes habituais estão ausentes nesta edição, como Pedro Pedro, Huarte ou Alexandra Moura. Houve negas da parte de alguns designers em voltarem ao calendário com esta alteração? Não, não, de todo. O Portugal Fashion Experience acontece numa altura em que faz convite e formula a todos os que estão ativos, aliás uma preocupação muito grande deste nosso Portugal Fashion Experience é cada vez mais ter aqui uma curadoria, uma boa seleção das marcas e também garantir que elas estão ativas, que estão no mercado, que estão a vender, que estão com as estratégias de comercialização e porque de facto se somos uma vez ao ano temos que estar aqui com uma bandeira, uma boa seleção, um bom catálogo das marcas que estão efetivamente a trabalhar, a trabalhar na sua marca, a trabalhar tudo aquilo que é o mercado nacional e também internacional, porque sendo uma vez ao ano nós também temos que ter uma curadoria muito mais apurada. Portanto, não, não houve negas, o que está a acontecer também muitas vezes é fruto do tempo, do mercado, ou seja, há criadores que entretanto decidiram parar, precisamente pelo contexto da moda, há outros que tiveram outros desafios, como o Huarte, que nos orgulha muito porque está na Adolfo Dominguez e é um desafio que também advém da notoriedade que ele teve no Portugal Fashion. A Alexandra Moura também está agora com um desafio bastante interessante e que também nos orgulha que é com a marca Paula, portanto, na verdade, há aqui várias coisas a acontecer e a justificar essas ausências, mas não, não tivemos nenhuma nega.

Em 2024 afirmaram que não era possível realizar o evento por falta de financiamento. Este ano está a ser possível por causa dos fundos comunitários do Portugal 2030, certo? Sim, neste momento o Portugal Fashion tem uma candidatura aprovada que inclui este evento e inclui também um plano de ação internacional e outros projetos ligados aos jovens criadores, à sustentabilidade, à ligação também com a indústria, portanto, há uma base do evento que tem a ver com os fundos comunitários, mas há mais do que isso, também há um apoio do Turismo Portugal nesta iniciativa, neste programa complementar e de outros parceiros estratégicos, como a própria Câmara Municipal do Porto e alguns sponsors.

Quanto do evento é financiado pelos fundos? Cerca de 40% dos fundos. Na verdade, nós já vínhamos reduzindo bastante a dependência em relação aos fundos comunitários, ou seja, mesmo a nossa candidatura já era feita sabendo sempre que nós estávamos a alavancar apenas metade do evento com apoio de fundos comunitários. A sustentabilidade financeira e a menor dependência desses fundos para nós tem sido um esforço que já vem acontecendo desde os últimos quatro anos, portanto, há uma base que é de missão pública e que nós entendemos que, de facto, para se fazer isto com um nível profissional é importante este apoio porque, no fundo, o Portugal Fashion faz serviço público pelos criadores e pela indústria portuguesa, mas nós temos consciência de que o evento tem que ser sustentável e não pode estar 100% dependente dessas fontes de financiamento.

Entretanto, entre 2022 e 2023, a Anje contraiu dívidas para a realização desses eventos, sem os fundos comunitários? Nós fizemos três edições, uma sem financiamento, duas que, na verdade, tinham aqui já cabimento na candidatura que viesse a ser submetida, mas que implicou um adiantamento e aplicou um esforço de tesouraria considerável, é verdade. Então, agora, essa candidatura pagou essas edições 2023 e não há nenhuma dívida de edições anteriores.

Em entrevista anterior ao Público, a Mónica e o Carlos Carvalho (presidente da Anje) mencionaram que tiveram que devolver uma parte do fundo por uma “execução não tão positiva”. Os valores são referentes a qual candidatura? São projetos antigos, ou seja, há um encerramento do quadro comunitário do 2020 para o 2030 e esse encerramento trouxe a conclusão de alguns processos que remontam a 2015, 16… Os períodos dos quadros comunitários são bastante alargados, portanto, a candidatura anterior foi de 2019 a 2020, os problemas com fundos remontam a bem mais cedo do que isso. Todo o projeto que nós vimos desenvolvendo a partir de 2019 está completamente saudável, foi auditado, foi bem executado e, portanto, não temos qualquer problema em relação a isso. Houve, de facto, para trás alguns projetos que não foram tão bem e, portanto, isso tudo também pesou aqui consideravelmente neste contexto de transição de quadro comunitário em que não havia nova candidatura e haver esse esforço de tesouraria de evolução, claro, também pesa.

A atual candidatura vai até quando? Até fevereiro de 2026, portanto, esta candidatura abrange duas estações de internacionalização, desde junho deste ano até fevereiro do próximo ano e este evento nacional.

Então, o evento do ano que vem… Está a ser trabalhado. Diria que a nossa expectativa enquanto associação é que o sucesso desta iniciativa e a forma como ela está também estruturada e alicerçada do ponto de vista de apoio seja o relançar de alguma estabilidade para a frente, que ainda não está garantida, mas que acreditamos que venha a ser possível. Acreditamos que há uma componente de financiamento público que ajuda a dar escala e que ajuda a competir, no fundo, com as grandes marcas internacionais, com os grandes grupos que estão a ativar em marketing, etc. Portanto, num setor tão exigente, esse financiamento público, também em termos de serviço público para apoio a novos criadores, é relevante. Mas o orçamento do Portugal Fashion não pode estar 100% dependente dele. E já não está.

O caso da investigação de Manuel Serrão afetou a forma de trabalhar ou a imagem da Anje? Não, já não havia nenhuma ligação efetiva. De facto há um passado. O Manuel Serrão passou pela história da Anje, faz parte, mas neste momento não tem qualquer ligação. Portanto, esse processo lamentamos, mas não tem impacto.

observador

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