O governo e representantes dos produtores de arroz do país estão progredindo para encontrar uma solução para a greve dos agricultores, que já dura oito dias.

O governo, liderado pelas ministras da Agricultura, Martha Carvajalino, e do Comércio, Indústria e Turismo (MinCit), Diana Marcela Morales, juntamente com representantes dos produtores de arroz do país, Oscar Gutiérrez, da Dignidad Agropecuaria; Luis Enrique Melo, presidente da Dignidad Arrocera; Carlos Alberto Rojas e Gabriel Nuñez, entre outros delegados do Comitê de Greve do Arroz e líderes do setor, continuaram reunidos nesta segunda-feira na sede do MinCit em Bogotá, buscando um acordo que ponha fim à greve e aos bloqueios de algumas das principais estradas do país, que já duram oito dias.

Desde o meio-dia, ambas as partes estão sentadas à mesa de negociações para retomar as negociações que haviam sido suspensas na semana anterior, depois que representantes dos agricultores decidiram não prosseguir com as discussões na ausência dos ministros. Os ministros indicaram que não se sentariam para negociar até que os bloqueios fossem levantados.

O impasse foi resolvido na noite de sexta-feira com um acordo preliminar, que incluiu o compromisso do governo de emitir um ato administrativo estabelecendo um regime de liberdade regulamentada para definir um preço mínimo de referência para o arroz verde em casca.

"Tivemos uma reunião com a Induarroz e a Fedearroz, representantes da indústria e dos produtores, o que nos permitiu traçar um rumo para garantir que a cadeia de fornecimento de arroz garanta preços justos e entregue os produtos nas casas", disse Carvajalino na ocasião.

Na reunião desta segunda-feira, o primeiro ponto discutido foi o preço do arroz, ainda sem uma decisão final sobre o assunto. Este é um dos principais pontos da lista de reivindicações que os agricultores apresentaram ao governo.

A reunião começou com uma mensagem de otimismo dos ministros, que expressaram confiança de que conseguiriam chegar a um acordo com os produtores de arroz do país sobre a maioria dos pontos a serem discutidos.

"Acredito que todos nós conseguimos demonstrar disposição e determinação, e acho isso muito importante para chegarmos a acordos e pontos concretos. Teremos divergências, e é por isso que também teremos que encontrar uma forma de encontrar respostas", disse o Ministro Carvajalino na abertura da mesa de diálogo.

Por sua vez, a Ministra Morales enfatizou que "a busca por soluções deve se concentrar no aspecto estrutural da cadeia (do arroz) e que todas as partes interessadas devem estar dispostas e chegar a um consenso para fortalecer a cadeia".

Como você deve se lembrar, os produtores de arroz do país há muito tempo pedem ao governo que regule imediatamente os preços do arroz, argumentando que estão produzindo com prejuízo devido aos baixos preços de mercado.

"Exigimos a adoção de uma política nacional para regular o preço do arroz verde no ponto de compra, garantindo um preço justo que reflita os custos de produção e uma taxa de lucro para o produtor", declaram os agricultores.

Eles insistem que todos os membros da cadeia do arroz — produtores, fabricantes, comerciantes e distribuidores — devem ser adequadamente compensados por seu trabalho.

Exigem também que o Executivo cumpra os acordos alcançados em março passado, na sequência das mobilizações daquele mês, entre os quais se destacam a ampliação dos beneficiários e o pagamento de apoios à comercialização.

Implementação de uma FAIA para arroz que abranja todos os produtores de grãos que dela necessitem.

Eles também exigem controle efetivo das importações e do contrabando, bem como a renegociação dos acordos de livre comércio (ALCs).