CNI vê plano de Lula como fôlego à indústria e aposta em negociação com os EUA

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, elogiou o plano do governo Lula (PT) para socorrer as empresas afetadas pelo tarifaço de Donald Trump contra exportações brasileiras.
Segundo Alban, o Plano Brasil Soberano, anunciado nesta quarta-feira 13, contempla demandas de indústrias, federações e associações do setor. Além disso, destacou, a iniciativa mantém como prioridade a negociação com os Estados Unidos e abre caminho para a adoção de novas medidas, caso sejam necessárias.
“Temos de exacerbar o máximo possível novos acordos bilaterais e do Mercosul, principalmente com a União Europeia. E vamos continuar discutindo tecnicamente e comercialmente, buscando o que é melhor para a nossa indústria, o nosso mercado e a nossa sociedade”, disse o chefe da CNI.
Lula publicou a medida provisória do Plano Brasil Soberano em edição extra do Diário Oficial da União nesta quarta.
Segundo o governo, o plano tem três eixos: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial/multilateralismo. Entre as principais medidas estão linhas de crédito — apenas do Fundo Garantidor de Exportações serão 30 bilhões de reais.
Os recursos serão usados como funding para a concessão de crédito a taxas acessíveis e para ampliar as linhas de financiamento às exportações.
Empresas mais afetadas terão preferência para obter o crédito, levando em conta a dependência do faturamento em relação às exportações para os EUA, o tipo de produto e o porte de companhia.
O governo destacou que o acesso às linhas está condicionado à manutenção dos empregos. O plano também projeta aportes de 5 bilhões em crédito pelo novo Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários, o Novo Reintegra.
Órgãos públicos ainda terão facilidade nas compras de alimentos para escolas e hospitais. É uma forma de apoiar produtores rurais e agroindústrias que deixarão de exportar por causa da taxação.
O governo também prorrogará os prazos do regime de drawback, um recurso que possibilita a suspensão de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado.
Conforme a MP, a medida vale para as empresas que contrataram exportações para os Estados Unidos com entrega até o fim de 2025.
“Dos 40 bilhões de dólares exportados em 2024 para os Estados Unidos, 10,5 bilhões foram realizados via regime de drawback”, informou o governo.
(Com informações da Agência Brasil)
CartaCapital