Mais de US$ 500 bilhões foram para o ralo: a queda incrível da Tesla em apenas algumas semanas

A má fase continua para a pioneira dos veículos elétricos Tesla ... O grupo americano liderado por Elon Musk despencou novamente na bolsa de valores após o anúncio, na terça-feira, de queda livre nas vendas na Europa. O fabricante perdeu assim mais de 89 bilhões de dólares em valor em apenas algumas horas. Tudo, exceto a espessura da linha. Pior ainda, a Tesla viu sua capitalização de mercado encolher em mais de um terço no espaço de três meses, passando de US$ 1,54 trilhão em 17 de dezembro de 2024 para cerca de US$ 950 bilhões em 26 de fevereiro. O suficiente para mostrar uma perda de mais de 500 bilhões de dólares, se não quase 600. Uma queda quase tão rápida quanto o aumento das ações da Tesla em 6 de novembro, data das eleições americanas.

Na época, os investidores viram a vitória de Donald Trump — e a proximidade dos dois homens — como um sinal extremamente positivo para todas as empresas de Elon Musk, incluindo a Tesla, e seu futuro. A nomeação do chefe da SpaceX para chefiar o departamento de eficiência do governo — o famoso DOGE, que tem a pesada tarefa de desmantelar a burocracia americana — também foi bem recebida pelos mercados. Mas as esperanças foram frustradas pelas dificuldades da Tesla.

Longe do brilho, a fabricante deve enfrentar a queda em suas vendas, tanto na Europa quanto na China, sem falar nos problemas ligados à imagem de Elon Musk. Apesar do aumento nos registros de veículos elétricos na Europa (+34% em um ano), as vendas da Tesla caíram 45,2% no início do ano, de acordo com dados publicados na terça-feira pela Associação de Fabricantes Europeus (ACEA). E isso, embora a empresa tenha previsto, ao contrário, "um ligeiro aumento" nas suas entregas em 2024.

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Para efeito de comparação, o colapso do mercado de ações da Tesla de mais de US$ 500 bilhões excede em muito a capitalização de mercado de seus concorrentes no mercado automotivo global. A capitalização da Toyota é de cerca de 288 bilhões de dólares, enquanto a da alemã Volkswagen é de cerca de 56 bilhões de dólares e a da General Motors é de cerca de 49 bilhões de dólares. Outra ordem de grandeza: a Tesla perdeu em poucos dias o equivalente à capitalização de mercado de grandes grupos americanos, como o serviço de streaming Netflix (US$ 426 bilhões), a seguradora UnitedHealth (US$ 428 bilhões) ou a empresa de distribuição em massa Costco (US$ 466 bilhões). Apesar desta queda, no entanto, a avaliação da Tesla continua maior do que a de seus principais concorrentes combinados, da Toyota à Ferrari, Renault, Volkswagen, Stellantis e GM.

Não é de surpreender que a queda da Tesla tenha levado consigo a fortuna de seu chefe. Aos 53 anos, Elon Musk começou 2025 no topo do ranking mundial de riqueza, destacando-se inclusive como o único bilionário listado pela revista Forbes a ter conseguido ultrapassar os 400 bilhões de dólares. Com uma fortuna estimada em US$ 421,2 bilhões, o cofundador da SpaceX viu sua riqueza aumentar em US$ 91 bilhões desde 1º de dezembro, de acordo com estimativas da revista. Mas as finanças do homem que possui cerca de 13% da Tesla na forma de ações e opções também despencaram nas últimas semanas, em mais de 4%.