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TecSalud reorganiza e consolida seus dois hospitais em Monterrey.

TecSalud reorganiza e consolida seus dois hospitais em Monterrey.

Em um setor onde a fragmentação e a competição interna frequentemente diluem a excelência, o anúncio do TecSalud não é apenas uma reestruturação operacional: é uma declaração de intenções. Com aquela mistura de convicção científica e pragmatismo de Monterrey que o caracteriza, ele me deixou claro em nossa conversa recente: "Tomamos uma decisão difícil, mas muito

O reitor do TecSalud, Guillermo Torre Amione, diz que foi uma decisão difícil, mas no final eles estavam convencidos de que a fusão dos dois hospitais em um só beneficiaria a qualidade, conectando o atendimento à educação e à pesquisa médica no México.

Estamos falando da consolidação completa dos serviços hospitalares, do Hospital San José para o Zambrano Hellion, uma iniciativa que transforma o TecSalud em um conglomerado médico-educacional-de pesquisa com a ambição de liderar a medicina privada no México. Não é por acaso que esta medida se alinha com a visão 2030 do sistema de saúde Tecnológico de Monterrey: "ser o modelo a seguir em formação, inovação e assistência médica, culminando no melhor Centro Médico Acadêmico da América Latina".

Ambos os hospitais emblemáticos — o San José, com seus 55 anos de história e reputação forjada por meio de sua parceria pioneira com o Tec na década de 1970, e o Zambrano Hellion, um hospital altamente especializado com institutos de excelência e pesquisa de alto impacto — operavam em paralelo na mesma capital, Monterrey. A direção do TecSalud reconheceu que isso oferecia uma oportunidade para evitar a duplicação e a fragmentação da experiência clínica.

Torre Amione admite sem rodeios: "Poderia haver a percepção de que eles até competiam ocasionalmente." A decisão foi tomada para não perpetuar mais essa dispersão — tão comum em redes hospitalares com fins lucrativos que priorizam mercados segmentados. Todas as atividades de diagnóstico e atendimento clínico do San José serão gradualmente transferidas para o Hospital Zambrano, integrando-o ao emergente Campus de Ciências da Saúde. A transição começou em 17 de outubro, garantindo a continuidade dos serviços.

O cerne da estratégia, explica o reitor do TecSalud, é o aumento do volume como impulsionador da qualidade. "Se você tem dois hospitais separados e realiza duas cirurgias cardíacas por mês, a experiência da equipe — médicos, enfermeiros, anestesistas — é limitada", explica o reitor. Dobrar até quatro casos por mês não só aumenta a competência coletiva, como também reduz riscos e otimiza os resultados. Esta é a lição de "10.000 Horas" de Malcolm Gladwell — autor do livro "Outliners" — aplicada à medicina: Michael Jordan não se destacou apenas pela genética, mas pela repetição deliberada. Em transplantes e cirurgia cardiovascular, onde os hospitais San José e Zambrano já investiam o dobro de seus esforços para manter os padrões, eles planejam se concentrar para escalar de 10 para 20 procedimentos por ano por especialidade.

O resultado tangível: uma expansão de 70-80% da capacidade do Zambrano Hellion, que atualmente abriga 200 leitos, mais espaços para médicos e professores e laboratórios de radiologia expandidos.

Separadamente, o TecSalud está avançando na construção de uma unidade de terapias celulares com certificação internacional em Boas Práticas de Fabricação (BPF) e certificação internacional para a fabricação de tecidos. Duas linhas prioritárias estão surgindo: transplantes de ilhotas pancreáticas para diabetes, que afeta 14 milhões de mexicanos, segundo a Federação Mexicana de Diabetes, e células CAR-T acessíveis, desenvolvidas com tecnologia mexicana pelo imunologista Alejandro Madrigal, professor da Faculdade de Medicina do TecSalud. Considerando que a terapia CAR-T atual é extremamente cara, esta versão local busca democratizá-la, posicionando o TecSalud na vanguarda da oncologia personalizada.

Assim, no coração do Campus de Ciências da Saúde, convergirão hospitais, a nova sede da Faculdade de Medicina, centros de pesquisa e espaços para pacientes, familiares, residentes e colaboradores. O edifício San José permanecerá como um legado histórico da década de 1970 e, durante a transição, manterá serviços ambulatoriais como radiologia, hepatologia, serviços de emergência e hemodiálise, além de consultórios.

No ecossistema de saúde privada mexicano, esse modelo entra em conflito direto com a norma: hospitais com fins lucrativos tendem a se diferenciar por nichos de mercado — "atendendo a tudo, mesmo que seja só um pouco", diz ele — onde o fator determinante é o valor econômico, não a profundidade clínica.

Comparado a redes com hospitais na mesma cidade que canibalizam o volume uns dos outros, roubando transplantes ou cirurgias vasculares uns dos outros, o TecSalud inverte o roteiro: prioriza a qualidade em detrimento do volume, expandindo a cobertura social sem sacrificar a excelência. É uma mensagem para o setor: fragmentação não escala; integração sim. E na educação, envolve a formação de gerações de médicos com exposição real, não simulada, alinhada à filosofia de impacto social do TecSalud.

A clínica HealthTec Salud na Cidade do México está funcionando muito lentamente.

Questionado especificamente sobre o projeto da clínica Health TecSalud, anunciado há dois anos, o Dr. Torre foi franco: o projeto tem avançado muito lentamente; foi atrasado primeiro pela COVID, depois por licenças e regulamentações de construção. Mas ele garante que está no caminho certo: o ambulatório estará pronto no primeiro semestre de 2026, com foco em alianças estratégicas com pares de qualidade, e não na concorrência predatória. Ele afirmou que o relacionamento com o grupo de investidores liderado por Carlos González se mantém, embora o ritmo não seja o que ele sonhava. O objetivo: estender o modelo de Monterrey aos jovens médicos da capital, replicando experiências de ponta.

Julio Ordaz vai para a Astrazeneca Europa; e a AMIIF fica sem liderança.

Com a notícia de que Julio Ordaz, líder local da farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca, está deixando o México, ele foi nomeado gerente geral da AstraZeneca na Europa Central. Isso só pode ser visto como uma recompensa pelos seus bons resultados na franquia mexicana, e só pode gerar orgulho que executivos mexicanos sigam carreiras em grandes corporações transnacionais. Só podemos desejar sucesso a Julio em seu novo desafio. A questão é que a presidência da AMIIF (a associação da indústria de inovação farmacêutica no país) ficou mais uma vez sem um líder, algo que já é comum devido à alta rotatividade de executivos em corporações transnacionais. De acordo com o Conselho de Administração da AMIIF 2025, a primeira vice-presidente, e portanto uma potencial sucessora de Julio Ordaz como presidente, seria Karla Alcázar, da Eli Lilly. Mas acontece que ela está prestes a entrar em licença-maternidade. A questão é se será o segundo vice-presidente, Jorge Luis Caridad, da J&J, quem será promovido. Descobriremos isso na próxima reunião da AMIIF em novembro.

Eleconomista

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