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Instagram e TikTok quebram as regras de recrutamento

Instagram e TikTok quebram as regras de recrutamento

Estamos contratando. Vagas disponíveis. Essas são as fórmulas simples que levam a muitos dos anúncios de emprego que circulam nas redes sociais hoje. Uma mudança na forma como buscamos — e oferecemos — empregos responde a uma clara transformação no uso de plataformas digitais, especialmente entre as gerações mais jovens, os nativos digitais. Se o Instagram e o TikTok já são seus principais mecanismos de busca para informação, entretenimento ou aprendizado, a questão é: por que não usá-los também para procurar emprego?

"Em última análise, os modelos estão mudando", explica Marta Carrión Páez, gerente do Departamento de Emprego da COIE e UNIRalumni da Universidade Internacional de La Rioja (UNIR). "Já não é só a empresa que escolhe. Fala-se cada vez mais em 'recrutamento inbound', em que é quase o candidato quem escolhe. A tendência que observamos no departamento de empregabilidade é que a Geração Z está revolucionando muitos aspectos da vida. E quando se trata de emprego e desenvolvimento profissional, eles estão chegando com tudo." "Eles estão chegando com tudo", insiste, "porque têm muita clareza sobre o que querem, porque se priorizam em nível individual e pessoal. E isso, por sua vez, está gerando um certo choque geracional entre aqueles que já estão no mercado de trabalho, com dois ou três anos de experiência, e aqueles que atualmente ocupam cargos de liderança."

"Existem organizações que se adaptam melhor, que são mais responsivas, talvez por serem lideradas por pessoas mais jovens", ressalta Carrión. Mas não podemos esquecer que a maior parte do empresariado espanhol, especialmente as PMEs, "ainda é liderada por pessoas com muitos anos de experiência profissional, mais próximas da aposentadoria. E essa diferença geracional fica evidente no que se exige da empresa, na forma como os funcionários são engajados e, claro, na forma como buscam emprego", explica.

Pequenas e médias empresas, agências de recolocação e orientação profissional, fundações e até instituições governamentais entenderam isso e estão começando a usar essas redes, pois entendem que essa forma de comunicação está começando a transformar as estratégias de recrutamento. E o fazem com formatos curtos e visuais, linguagem direta e conteúdo que não apenas comunica, mas também inspira e gera identificação.

Por sua vez, os candidatos, principalmente os mais jovens, valorizam principalmente na busca de emprego nas redes sociais: a possibilidade de encontrar ofertas que correspondam aos seus interesses, enviar seus currículos rapidamente e acessar informações úteis sobre as empresas que anunciam: desde a cultura organizacional até o ambiente de trabalho.

Além de ofertas de emprego, o conteúdo sobre emprego nas mídias sociais varia de dicas para entrevistas e como melhorar um currículo a perguntas frequentes e erros a evitar no primeiro encontro com uma empresa. Enquanto antes era preciso pesquisar em blogs especializados, agora basta rolar a tela para encontrar perfis que correspondam ao seu perfil. Reels ou carrosséis são um bom exemplo para visualizar rapidamente dicas, recomendações ou conteúdo que faça a diferença. Também estamos vendo isso na maneira como criamos um currículo. Postar um vídeo nas mídias sociais para se candidatar a uma vaga destaca muitas habilidades sociais — em oposição às habilidades técnicas — que são altamente valorizadas pelas empresas hoje em dia, como criatividade, fluência digital, iniciativa e habilidades de comunicação. Quando alguém envia um vídeo em vez de um currículo em PDF, já está demonstrando muito. Está comunicando proatividade, confiança, adaptabilidade e, acima de tudo, compreensão da linguagem atual do ambiente de trabalho.

Para isso, as mídias sociais são apenas mais um canal para a busca de emprego, afirma Sara Álvarez, Diretora de Atração de Talentos do Grupo Adecco. Além disso, não se trata mais apenas de visitar um portal de empregos, analisar as vagas, suas funções, requisitos e valores, e se candidatar. "Agora, também observamos como uma empresa funciona, qual é sua cultura, seu propósito, como é o ambiente de trabalho... e, nesse sentido, as mídias sociais nos permitem expandir significativamente nosso conhecimento corporativo, independentemente da idade."

Além das nossas fronteiras, os dados já estão surgindo. Nos Estados Unidos, o Relatório de Tendências de Emprego da Geração Z de 2025 da Zety observa que plataformas como o TikTok estão transformando tanto as decisões de carreira quanto as estratégias de busca de emprego. Quarenta e seis por cento da Geração Z conseguiu um emprego pelo TikTok, 92% confiam no TikTok para obter conselhos sobre carreira e 76% usam o Instagram para conteúdo relacionado à carreira — mais que o dobro da taxa do LinkedIn (34%) com hashtags como #jobTok, #careerGram ou #careerTok.

Na Espanha, algo semelhante acontece com hashtags como #ofertasdeemprego, #ofertasdeemprego, #trabalho seguidas do nome da província. Esta última, especificamente, é uma hashtag que funciona especialmente bem para conectar pessoas em uma área geográfica específica, o que facilita tanto a divulgação quanto o recrutamento, especialmente em municípios pequenos ou áreas rurais. "Embora estejamos mais lentos aqui, há muitas empresas fazendo um trabalho muito bom. Por exemplo, aqui em La Rioja, a SDEI está fazendo um trabalho brilhante nas mídias sociais, tanto no TikTok quanto no Instagram", diz Marta Carrión, e isso também significa se adaptar às novas gerações.

De acordo com os dados mais recentes da InfoJobs, metade das empresas analisa os perfis de mídia social dos candidatos antes de contratá-los. Essa prática, longe de ser pontual, está se tornando parte regular do processo seletivo. Se excluirmos o LinkedIn, que continua sendo a rede mais visitada e mantém sua posição como site de referência para o ambiente profissional, descobrimos que o Instagram ocupa o segundo lugar, com três em cada cinco empresas (60%) o considerando. Esse crescimento notável deslocou o Facebook dessa posição e reflete como mais conteúdo visual e pessoal está começando a fazer parte das avaliações de emprego. O TikTok, apesar do aumento que experimentou há alguns anos, permanece na mesma posição, o que pode indicar uma estabilização em seu uso pelas empresas para esse fim.

Por esse motivo, prossegue a Adecco, essas plataformas ainda estão amadurecendo como fontes formais de recrutamento. Atualmente, são mais úteis como plataformas de informação para candidatos, que podem aprender sobre uma empresa, mas não tanto para empresas, que têm mais dificuldade em buscar e selecionar talentos nelas.

ABC.es

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