Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Russia

Down Icon

Fábrica de explosivos russa obtém equipamentos da Siemens apesar das sanções – Reuters

Fábrica de explosivos russa obtém equipamentos da Siemens apesar das sanções – Reuters

Uma fábrica de explosivos estatal russa sancionada adquiriu com sucesso equipamento industrial da gigante alemã Siemens ao contornar controles de exportação por meio de um intermediário na China, de acordo com uma investigação da Reuters.

A Usina Biysk Oleum (BOZ), localizada na região de Altai, na Rússia, e conhecida por produzir explosivos de nível militar TNT e HMX, recebeu reguladores de energia e outros sistemas de automação da Siemens por meio de um intermediário russo que encaminhou as compras por meio de atacadistas chineses.

Registros de compras e dados alfandegários analisados pela Reuters mostram que, em outubro de 2022, a BOZ assinou um contrato com uma empresa russa chamada Tekhpribor para equipamentos Siemens. A Tekhpribor então importou os dispositivos da China, inclusive de um fornecedor chamado Huizhou Funn Tek.

Uma análise dos códigos alfandegários e especificações técnicas confirmou que as entregas incluíam reguladores de energia Siemens idênticos aos encomendados pela BOZ.

Em 2023, a Tekhpribor usou outra empresa chinesa, a New Source Automation, para continuar importando produtos da Siemens.

Um gerente da New Source, identificado como Ryan Wu, confirmou as remessas para Tekhpribor e disse que sua empresa poderia obter equipamentos da Siemens em qualquer quantidade sem precisar revelar o usuário final.

De acordo com registros de compras governamentais, a empresa controladora da BOZ, a FGUP Sverdlov Plant, comprou pelo menos três sistemas Siemens Simatic entre 2022 e 2023.

Esses controladores lógicos programáveis são projetados para automatizar e monitorar remotamente máquinas industriais — tecnologias consideradas essenciais para aumentar a produção militar em meio à escassez de mão de obra.

“A aquisição de máquinas-ferramentas automatizadas é crucial para o esforço do setor de defesa russo de produzir mais munições”, observou a Reuters, citando um relatório de outubro de 2024 do Royal United Services Institute (RUSI) e do Open Source Centre.

A Rússia, que não tem uma capacidade interna forte para fabricar essa tecnologia de automação de precisão, tem recorrido cada vez mais a terceiros países para preencher essa lacuna.

Um porta-voz da Siemens disse à Reuters que a empresa cumpre rigorosamente as sanções internacionais e espera que seus parceiros façam o mesmo. Ele acrescentou que a Siemens investigaria imediatamente quaisquer indícios de violação das sanções e envolveria as autoridades.

Nem a Huizhou Funn Tek nem a New Source Automation responderam aos pedidos de comentários por escrito da Reuters.

O site da Huizhou Funn Tek lista a Siemens como parceira.

Uma representante da empresa, que se identificou como Sra. Chen, disse à Reuters que eles compram produtos da Siemens diretamente e não divulgam o cliente final. Ela afirmou que a Huizhou Funn Tek não fornece intencionalmente para entidades envolvidas na produção militar.

O analista militar Konrad Muzyka, diretor da Rochan Consulting, disse à Reuters que os componentes ocidentais continuam indispensáveis para sustentar a indústria de defesa da Rússia.

“Esses componentes de alta precisão são frequentemente insubstituíveis em processos avançados de fabricação, incluindo produção de mísseis, montagem de drones e reforma de tanques”, disse ele. “Sem eles, a capacidade da Rússia de sustentar ou ampliar seu esforço de guerra seria mais demorada, dispendiosa e representaria um fardo maior para o mercado de trabalho.”

A BOZ é controlada pela Usina Sverdlov, que está sob sanções dos EUA e da UE por apoiar a guerra da Rússia na Ucrânia.

A instalação sediada em Biysk supostamente abastece o Ministério da Defesa da Rússia, de acordo com o site da administração regional, e vem expandindo suas operações como parte de um esforço mais amplo para aumentar a produção de materiais explosivos.

A Rússia enfrenta escassez de componentes críticos como RDX e HMX, que são essenciais para a produção de projéteis de artilharia e bombas aéreas.

O crescente déficit levou Moscou a recorrer a parceiros sancionados, como Coreia do Norte e Irã, para reabastecer seu arsenal, disseram autoridades de inteligência ucranianas e analistas de defesa ocidentais.

themoscowtimes

themoscowtimes

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow