ONS defende a volta do horário de verão em 2025

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu um alerta sobre a necessidade de ampliar a capacidade termelétrica do Brasil para suprir a crescente demanda energética dos próximos cinco anos. Em documento divulgado na última terça-feira 9, o órgão defende também que o governo Lula (PT) retome o horário de verão neste ano.
Adotado pela primeira vez na década de 1930, o horário de verão envolve adiantar os relógios em uma hora, aproveitando ao máximo a luz do dia. A medida foi suspensa em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
A recomendação para que a política seja retomada surge em meio às projeções do Plano da Operação Energética (PEN 2025), que aponta para um crescimento de 14,1% na carga de energia até 2029. Esse cenário de expansão acelerada coloca o sistema elétrico brasileiro sob pressão, especialmente durante os horários de pico de consumo.
O órgão projeta que, a partir do próximo mês de outubro, o sistema precisará se preparar para “elevados montantes” de despacho termelétrico. É por isso defende ser necessário ter disponibilidade total da geração termelétrica.
“Com o crescimento das fontes intermitentes, novos desafios também surgiram para a operação. Dessa forma, precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as chamadas rampas de carga. Isso é fundamental para garantir a segurança e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro”, explicou Marcio Rea, que é diretor-geral do ONS.
O ONS também recomenda que sejam feitos leilões anuais voltados à contratação de recursos energéticos como forma de aliviar a pressão no sistema. Essa seria, segunda a ONS, uma outra forma de ampliar a oferta de potência disponível.
Além disso, o órgão também sugere que sejam feitos investimentos em ferramentas computacionais mais avançadas para avaliar a capacidade do sistema de suportar os requisitos energéticos futuros.
CartaCapital