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Empresa de M&A portuguesa vai duplicar transações e entrar na Escandinávia

Empresa de M&A portuguesa vai duplicar transações e entrar na Escandinávia

A área das fusões e aquisições (M&A), apesar de estar a atravessar uma fase mais conturbada em termos de volume de negócios e capital mobilizado, tem conseguido motivar os empreendedores que pretendem utilizar esta estratégia para expansão e desenvolvimento das pequenas e médias empresas (PME) em Portugal.

Depois da pandemia, nasceram várias startups dedicadas a este setor, entre as quais a Valuing Tools. A empresa nacional, fundada em 2021 por António Gomes e João Vaz Leite, prepara-se agora para voar para os países nórdicos através de parcerias.

Neste segundo semestre, o foco estará na internacionalização para países como a Suécia, a Noruega e a Dinamarca, depois de fechar acordos estratégicos no Reino Unido e em Espanha.

“Atuamos maioritariamente em Portugal, mas convém estarmos presentes, fazermo-nos representar nas empresas ou em visitas a fábricas”, afirma o sócio João Vaz Leite. Nas geografias nórdicas “existe um nível de literacia financeira muito elevado e podem-nos ajudar a crescer como empresa, pegar nessas lições e dinamizá-las aqui em Portugal”, completa António Gomes.

O plano da fintech, que começou por ser uma mera loja online de avaliações de empresas e evoluiu para assessoria financeira, passa ainda por avaliar cerca de 400 empresas este ano – o quadruplo de 2024 – e duplicar as transações (empresas vendidas através da sua plataforma digital) para entre 10 a 15, revelaram ao ECO os sócios fundadores da Valuing Tools. Para tal, irá contratar mais duas pessoas e chegar a uma dezena de trabalhadores.

‘Escola de avaliação e M&A’

A dupla de gestores apercebeu-se de que as empresas de menor dimensão também enfrentam problemas de sucessão e necessidades de capital, mas não podem estar dependentes de grandes consultoras com elevados honorários, portanto era preciso encurtar os seus prazos de entrega e aumentar a literacia financeira em processos de fusão, compra e venda.

“Estes processos não são claros para os donos das empresas. Avaliar uma empresa para venda é turvo e partilhar documentação com uma entidade externa requer confiança. O nosso objetivo é desmistificar através da pedagogia – quase ser uma escola de avaliação e de M&A para todos – e explicar que não é assim tão penoso”, refere António Gomes.

Simultaneamente, nessa lógica de literacia, contam com um simulador de avaliação gratuito e digital, cujo software foi desenvolvido internamente e também funciona como anzol de clientela, que já variou de avaliações de 100 mil euros para 170 milhões de euros.

A diferença perante concorrentes como a Matoaka ou a Trespasse.com é que a Valuing Tools não é um marketplace de compra e venda de empresas. Ou seja, a sua equipa de assessores financeiros apoia os gestores tanto na aquisição como na venda, mas online só é possível vender (seller side). “Antes de ir para ali [website] existe consultoria por detrás”, esclarece João Vaz Leite, reconhecendo que existe uma concorrência significativa no mercado.

João Leite, partner da Valuing Tools

A faturação, em torno dos 200 mil euros, divide-se na metade entre as duas unidades de negócio: avaliação e advisory/M&A. “80% das leads [‘encomendas’] vêm para avaliação e 20% para a componente da M&A, onde o ticket [valor] é maior e equilibra”, acrescenta o engenheiro industrial que está responsável pela componente go-to-market na Valuing Tools.

Entre os quatro principais objetivos de fazer uma avaliação empresarial, preparar a entrada de investidores ou a venda é o que os empresários mais procuram, além de reforçar o poder negocial junto de bancos e parceiros, identificar áreas críticas e oportunidades de melhoria e tomar decisões estratégicas baseadas em dados concretos.

Idealmente, deviam pensar ‘para o ano vou vender a empresa, então vou avaliá-la agora para perceber o que posso fazer para melhorar até lá, para maximizar o valor e depois então voltar a avaliar para a venda‘. Felizmente, começamos a ter mais clientes com este sentido, de planeamento da saúde operacional e comparação com o seu setor”, assinala o sócio António Gomes, confesso apaixonado pela área de corporate finance.

Questionado sobre o mercado transacional, o cofundador e sócio João Vaz Leite mostra-se otimista em relação à segunda metade do ano. “No início do ano, houve um travão autêntico em vários setores, mas acreditamos que o segundo semestre será melhor. Julho começou com outra abordagem. Nem se sente a silly season, porque há decisões tomadas, o IRC pago… Parece que as portas se abriram”, diz.

ECO-Economia Online

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