Itália planeja 500 mil vistos de trabalho para não europeus

O governo ultraconservador da Itália anunciou planos para emitir quase 500.000 novos vistos de trabalho para cidadãos de fora da UE, uma medida considerada insuficiente por um importante sindicato, que pediu na terça-feira uma mudança estrutural diante da escassez de mão de obra no país. Um decreto adotado na noite de segunda-feira pelo Conselho de Ministros prevê a autorização de 497.550 entradas entre 2026 e 2028 — incluindo quase 165.000 no próximo ano — divididas entre trabalho não sazonal e autônomo e trabalho sazonal nos setores agrícola e turístico.

O governo de Giorgia Meloni já havia emitido 450.000 autorizações entre 2023 e 2025, elevando o total para quase 1 milhão, um aumento acentuado em relação às 70.000 em 2021 e 75.700 em 2022. Desde sua eleição em 2022, ^{a Sra.} Meloni, líder do partido de extrema direita Fratelli d'Italia (FDI), tem priorizado o combate à imigração ilegal. Mas seu governo busca expandir as rotas legais de imigração para trabalhadores de fora da UE, a fim de enfrentar a escassez de mão de obra em um país em processo de envelhecimento e com uma taxa de natalidade em queda.

O principal sindicato agrícola, Coldiretti, saudou a decisão do governo como um "importante passo à frente para garantir a disponibilidade de trabalhadores nos campos e, consequentemente, a produção de alimentos". No entanto, um alto funcionário do sindicato CGIL – o mais antigo e maior da Itália – afirmou na terça-feira que as novas cotas não levaram em conta a dinâmica migratória e as necessidades de mão de obra. Segundo Maria Grazia Gabrielli, o número de inscrições está muito abaixo das cotas disponíveis, com exceção do trabalho doméstico.