A gestão da compra do F-35 pelas autoridades está sob investigação

Uma comissão parlamentar suíça anunciou na terça-feira a abertura de uma investigação sobre a condução do governo na compra de 36 caças F-35 dos EUA. O governo suíço indicou em 25 de junho que os Estados Unidos estavam exigindo um valor maior — de US$ 650 milhões a US$ 1,3 bilhão — devido a custos adicionais vinculados, em particular, à inflação. "A Comissão de Gestão do Conselho Nacional decidiu investigar a condução das autoridades na questão do preço fixo do F-35A durante a aquisição desta aeronave", afirmou em um comunicado.

Decidiu "buscar determinar se, retrospectivamente, deficiências poderiam ser observadas na maneira como o Conselho Federal conduziu a negociação dos contratos". Também quer examinar se o governo e o Ministério da Defesa suíço "se comunicaram adequadamente com a mais alta supervisão parlamentar e com o público".

Segundo Berna, a Suíça e os Estados Unidos haviam acordado contratualmente um preço fixo de pouco mais de 6 bilhões de francos suíços para 2022 para esses caças da empresa americana Lockheed Martin. O preço havia sido "oficialmente confirmado, tanto por relatórios de especialistas de diversos escritórios de advocacia quanto pela embaixada americana em Berna", informou o Ministério da Defesa suíço na semana passada. Mas, no final de fevereiro, a Agência de Cooperação para a Segurança da Defesa dos EUA (DSCA) "informou a Suíça por escrito que o preço fixo acordado se baseava, em sua opinião, em um mal-entendido". As entregas estão programadas para começar em 2027.

No final de junho de 2021, o governo decidiu adquirir o F-35, considerado um dos aviões de combate mais modernos e sofisticados do mundo e que já equipa ou equipará muitos países europeus. Em setembro de 2020, a Suíça aprovou, por uma pequena margem, um orçamento de 6 bilhões de francos suíços para o país adquirir uma nova frota, já que as aeronaves atualmente em serviço — o F/A 18 e o F5 — estão chegando ao fim de sua vida útil no final da década.

Embora o governo suíço alegue que a aeronave era de longe a melhor, com o menor preço, de todos os jatos concorrentes ao contrato (Rafale, F/A-18 e Eurofighter), as inúmeras dificuldades técnicas e estouros de orçamento do programa F-35 nos Estados Unidos já haviam levado o Comitê de Gestão do Conselho Nacional a investigar a escolha da aeronave em 2022.