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Tortura, uma técnica comum no México para confissões

Tortura, uma técnica comum no México para confissões

O Índice Global de Tortura de 2025, publicado pela Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT), classifica o México como um país com alto risco de tortura e maus-tratos, revelando uma prática generalizada que persiste em meio à impunidade e às fragilidades institucionais. O relatório, baseado em dados de 2023 e 2024, destaca que a tortura é frequentemente usada como método de investigação, extração de confissões e fabricação de autores, afetando gravemente os direitos humanos no país.

Segundo dados apresentados pela Secretaria Técnica de Combate à Tortura da Defensoria Pública da União, foram registrados 2.881 casos de tortura entre 2019 e 2024, com 3.506 vítimas. Já o Levantamento Nacional da População Privada de Liberdade (ENPOL 2021), do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), indica que 42% das pessoas encarceradas relataram ter sido agredidas ou maltratadas no Ministério Público por se autoincriminarem ou aceitarem informações falsas, e 20% se declararam culpadas após agressões físicas.

A ficha informativa do Índice afirma que esses tipos de práticas demonstram um "estado de direito seletivo" que incentiva detenções arbitrárias e a fabricação de provas ilícitas.

Brutalidade policial

Outras constatações incluíram um alto nível de brutalidade policial e violência institucional, visto que o uso de forças militares em tarefas de segurança pública desde o início da "Guerra às Drogas" em 2006 aumentou as prisões arbitrárias, a tortura e as execuções extrajudiciais. Além disso, a criação da Guarda Nacional em 2019 exacerbou essas violações.

"(A agência) utilizou força em 421 incidentes, especificando que armas de fogo foram usadas em 411 deles. De acordo com dados obtidos pelo Centro Prodh, a Guarda Nacional também matou 94 pessoas até 2021", afirmou.

O pilar de Prevenção da Privação de Liberdade parece estar em risco muito alto: 34,5% dos presos relataram agressão física por parte de guardas. O Cefereso 16 relatou 21 mortes sob custódia desde 2021, incluindo 13 por suicídio. O MNPT apresentou 86 denúncias, mas sua dependência do CNDH limita sua eficácia.

Enquanto isso, na seção sobre o fim da impunidade, o país foi classificado como de alto risco, pois foi explicado que de 4.592 investigações por tortura em 2023, apenas 0,1% (18 casos) chegaram a um juiz, e apenas 8 condenações foram proferidas.

Em relação à proteção de todos os grupos, o risco também é alto. 43,82% das mulheres encarceradas relataram tortura sexual; crianças e adolescentes sofrem violência psicológica (65,9%) e física (45,9%); e os migrantes detidos enfrentam condições desumanas, como as documentadas no incêndio de Ciudad Juárez em 2023.

Eleconomista

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