Preço do ouro cai 3% após acordo EUA-China

O ouro, considerado um porto seguro, caiu 3% na segunda-feira, já que o sentimento de risco diminuiu após o anúncio de um acordo temporário entre os Estados Unidos e a China para reduzir tarifas no curto prazo.
O ouro à vista caiu 3%, para US$ 3.225,28 a onça. O ouro em barras, considerado uma proteção contra turbulências econômicas e geopolíticas, atingiu uma alta histórica de US$ 3.500,05 no mês passado em meio à grande incerteza tarifária.
Os futuros do ouro dos EUA caíram 3,08%, para US$ 3.241.
De acordo com analistas de investimentos, o metal precioso provavelmente encontrará suporte em US$ 3.211,29 e resistência em US$ 3.448,20 a onça.
Gabriela Siller, diretora de análise do Banco Base, disse que o acordo preliminar entre Estados Unidos e China reduziu a aversão global ao risco, diminuindo a demanda por ouro.
“A demanda por ativos de refúgio também foi limitada após o anúncio de um cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, tenta garantir a paz na Ucrânia. Vale destacar que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está solicitando ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que mantenha negociações esta semana”, comentou o especialista.
Antonio Montiel, analista de mercados financeiros da ATFX, disse que as duas maiores economias do mundo anunciaram a suspensão temporária da maioria das tarifas recíprocas, o que reduziu a percepção de risco sistêmico e, consequentemente, a demanda por ativos de refúgio, como o ouro.
O estreitamento das relações entre a Índia e o Paquistão também contribuiu para o movimento de queda do metal.
No entanto, "apesar da correção de curto prazo, os fundamentos estruturais continuam a dar suporte ao ouro: riscos geopolíticos persistentes, políticas monetárias expansionistas contínuas por parte dos bancos centrais em várias regiões e preocupações crescentes sobre os níveis globais da dívida soberana", enfatizou.
"A resposta febril do ouro às manchetes caóticas da Casa Branca do mês passado tornou o metal precioso vulnerável a um retrocesso de Trump", disse Adrian Ash, diretor de pesquisa da BullionVault.
"Agora que o clima está mais esperançoso, o ouro provavelmente encontrará potencial de alta com a redução desse otimismo", acrescentou.
Os Estados Unidos reduzirão as tarifas adicionais impostas às importações chinesas em abril de 145% para 30%, e as tarifas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%, disseram ambos os lados. As novas medidas serão válidas por 90 dias.
Ganho de metais industriais
Os preços dos metais industriais subiram na segunda-feira, à medida que os temores sobre o crescimento e a demanda diminuíram depois que a China e os Estados Unidos concordaram em reduzir as tarifas de importação recíprocas e buscar o fim da guerra comercial.
Os comerciantes, no entanto, disseram que o mercado permaneceu cauteloso.
O cobre de referência na Bolsa de Metais de Londres (LME) subiu 0,7%, para US$ 9.507 a tonelada métrica, enquanto o alumínio ganhou 2,5%, para US$ 2.477.
Após conversas com autoridades chinesas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que os dois lados concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas e que as tarifas seriam reduzidas em mais de 100 pontos percentuais, para uma taxa de referência de 10%.
"As pessoas estão esperançosas de que a situação tarifária será resolvida, mas continuam nervosas", disse um comerciante de cobre. "Este é um cenário menos hostil para as relações EUA-China e para a economia global, mas ainda há uma incerteza significativa para empresas e famílias", disseram analistas do Société Générale em nota.
"É provável que os próximos 90 dias vejam uma significativa antecipação dos fluxos comerciais entre os Estados Unidos e a China." (Com informações da Reuters)
Peñoles cai 7% na BMV devido à queda dos preços dos metais.
A Industrias Peñoles, maior produtora mundial de prata, liderou as quedas na Bolsa Mexicana de Valores (BMV) nesta segunda-feira, como resultado da queda dos preços internacionais do ouro após o acordo firmado pelos governos dos Estados Unidos e da China.
As ações da Peñoles caíram 7,65%, para 387,50 pesos por ação, seu menor nível desde 2 de maio deste ano.
O ouro à vista caiu, e o preço da prata também caiu, em resposta ao acordo, fazendo com que os investidores abandonassem ativos considerados portos seguros.
Em seu relatório à Bolsa Mexicana de Valores (BMV), a Peñoles relatou receitas de US$ 1,798 bilhão no primeiro trimestre do ano, um aumento de quase 29% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Analistas da corretora Intercam também destacaram que o fluxo de caixa operacional (EBITDA) da empresa também triplicou devido ao desempenho dos preços dos metais, com o ouro avançando 38% e a prata 36%. Esses metais representam 69% da receita consolidada da Peñoles.
As ações da Peñoles foram as que mais perderam na segunda-feira dentro do principal índice da Bolsa de Valores Mexicana. (Infosel)
Eleconomista